Indicado pelo governador Ronaldo Caiado, Murilo Guimarães Ulhôa assumiu, nesta segunda-feira (3/6) , a presidência da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), em substituição a Tarcísio Abreu, cujo mandato se encerrou no fim de maio.
2022, o ano do marco histórico para a RMTC
O ano de 2022 será um marco histórico para a RMTC, depois de quase 2 anos imerso na maior crise sanitária dos últimos 100 anos. Tivemos mais de 620 mil mortos, famílias foram destruídas, perdemos colaboradores queridos.
O transporte público sofreu sua pior crise. A queda no número de usuários chegou a mais de 80% no pior momento da crise. Mas, de forma única na história da RMTC, o poder público se uniu e em conjunto com o Ministério Público Estadual forneceu o auxílio emergencial que manteve o sistema funcionando, até que no final de 2021 foi aprovada a lei de reestruturação da RMTC.
A reestruturação da RMTC visa não só o socorro pós pandemia, mas remodelar o sistema que já vinha mostrando desde 2013 seu esgotamento. Sob a perspectiva do usuário, nos últimos anos registramos um desequilíbrio entre a oferta de serviços e a quantidade de passageiros.
Foco de todos os nossos esforços, do usuário é que depende a sobrevivência do sistema e é nele mesmo que buscamos motivação para satisfazê-lo da melhor forma, aprimorando processos, ampliando a oferta e esmerando na entrega, sem perder de vista a qualidade esperada.
As pesquisas realizadas no período mostram, todavia, que sua percepção em torno do serviço ofertado nem sempre atingiu o nível satisfatório. Isso demonstra que devemos buscar uma tomada de consciência, com vistas ao entendimento mais completo em torno das reais necessidades do usuário, de tal sorte que possamos buscar o ponto de convergência da visão entre os diversos stakeholders do sistema.
Sob a perspectiva da sociedade, nos últimos tempos percebemos uma mudança extraordinária nos hábitos de consumo da população. O veículo particular, que caracteriza o transporte individual, ganhou constantes subsídios para a sua aquisição. Somando-se a isso a estabilidade econômica no mercado interno, o sonho do carro próprio – comum a grande parte dos brasileiros – virou realidade para milhares de pessoas em nossa capital, trazendo para a malha viária um número assustador de veículos, congestionando as vias principais.
Todavia, as pesquisas apontam para uma percepção negativa por parte daqueles que nunca ou raramente usufruíram do transporte coletivo urbano, como também por parte dos ex-usuários recentes. Sinal de que devemos manter o diálogo permanente com a sociedade, visando melhor identificar seus hábitos e costumes, para que ela mesma nos diga de que maneira poderemos atendê-la, trazendo-a para o sistema, fazendo dela um cliente minimamente satisfeito.
Mesmo assim, o cenário atual é de otimismo, desde que não nos furtemos a um modelo que nos permita recuperar os investimentos, mantendo sempre o nível desejado de sustentabilidade do sistema. É no repensar o sistema, principalmente, que desenvolveremos soluções perenes para buscar e manter o nível de qualidade e sustentabilidade da RMTC. Em última análise, a nova RMTC consiste em assumir o imperativo da reinvenção.
Entendemos que a CMTC hoje é a guardiã dessa gestão compartilhada e responsável pela busca da unidade entre todos os entes federativos que participam dessa nova RMTC, para que as novas transformações aconteçam. Em razão disso, ora convidamos os parceiros do poder público, concessionárias, sociedade e usuários a juntarem-se a nós neste histórico ano de 2022, firmes no propósito de contribuir positivamente para a modernização da mobilidade urbana da Região Metropolitana de Goiânia.
Toda transformação mais profunda exige um primeiro passo. Valorizamos a experiência e sabemos que ela é um mestre dedicado, mas, por mais que vários de nós tenhamos muitos quilômetros rodados, de nada adiantará se continuarmos a olhar para trás, porque não é para lá que desejamos ir.
Temos de olhar para o futuro, cientes de que o futuro começa agora.